Este trabalho aborda historiograficamente o uso de dois episódios da animação Super-Choque no ensino de História da África. Trata-se de uma narrativa ficcional estadunidense protagonizada e referendada racialmente, com personagens principais negros e possibilidades de debates sobre visibilidade. Produzida a partir de 2000, Super-Choque (originalmente Static Shock) foi trazida e traduzida ao Brasil, ganhando notoriedade e ainda exercendo prestígio em debates públicos sobre representatividade e identidade racial. Deacordo com a lei 10.639/03, estetrabalho pretendeanalisar ouso dos episódios selecionados, enquanto instrumento pedagógico paradidático para inclusão do ensino de História e Cultura da África. A metodologia parte da análise fílmica através da captura das cenas e das narrativas ficcionais e suas possibilidades de diálogos com a realidade crítica. A abordagem crítica, a contextualização das questões raciais contemporâneas e os trajetos históricos da narrativa ficcional, bem como a historicidade da região de Gana, da civilização Ashanti e sua representação na animação, conferem à pesquisa seu teor de construção de um saber e aplicação em sala de aula. O uso do desenho animado Super-Choque enquanto um material didático, possibilita que os alunos estejam em contato com um conteúdo que faz parte do seu cotidiano, o que pode acarretar um maior interesse para aprender o conteúdo, além de aprender através do mesmo, questões acerca da história e cultura da África, rompendo com estereótipos eurocêntricos sobre o continente, além de questões como a identidade e reconhecimento em uma mídia ficcional audiovisual.
This work historiographically approaches the use of two episodes of the animated series Static Shock in the teaching of African History. This is a fictional American narrative, starring and racially referenced, with main black characters and possibilities for debates about visibility. Produced in 2000, Static Shock (Super-Choque in Brazilian Portuguese) was brought to Brazil and translated into Brazilian portuguese, gaining notoriety and still exerting prestige in public debates about representativeness and racial identity. According to Brazilian law 10.639/03, the work proposal intends to analyze the use the selected episodes, as a pedagogical tool for inclusion in the teaching of African History and Culture. The methodology starts with film analysis through the capture of fictional scenes and narratives and their possibilities for dialogue with critical reality. The critical approach, the contextualization of contemporary racial issues, and the historical trajectories of the fictional narrative, as well as the historicity of the Ghana region, the Ashanti civilization, and its representation in animation, give the research its content on building knowledge and application in the classroom. The use of the Static Shock cartoon as teaching material allows students to be in contact with content that is part of their daily lives, which can lead to a greater interest in learning the content as well to learning through it issues about African history and culture, breaking Eurocentric stereotypes about the continent, and issues such as identity and recognition in a fictional audiovisual media.