A pressão por resultados em avaliações externas, provas realizadas por entidades exteriores às redes de ensino que visam medir a competência dos discentes em matérias como português e matemática, tem afetado o trabalho docente ao exigir que os alunos tenham desempenho satisfatório em testes padronizados. Objetivou-se investigar as repercussões das avaliações externas para a saúde de professores de Ciências Humanas (n = 4) das séries finais do Ensino Fundamental. O termo saúde foi definido como a ampliação do poder de agir. Foi utilizado o método Carta ao Remetente para construção dos dados. O método propõe elaborar uma carta que conte a história das atividades do trabalhador e o convida a refletir sobre os enunciados produzidos nesta carta. Os professores relataram que eram coagidos a trabalhar os conteúdos exigidos nas avaliações externas. Prescrições verticalizadas desprezavam o contexto das escolas. A política de bonificação gerava rivalidades no coletivo de trabalho. A individualização das responsabilidades ia de encontro à natureza do trabalho pedagógico, eminentemente colaborativo. Os professores com vínculos precários tinham menos possibilidades para enfrentar as amputações ao poder de agir. Estudos futuros podem analisar o papel dos diretores em relação à demanda por resultados e suas implicações disso para os docentes.
The pressure for results in external evaluations, defined as exams conducted by entities outside the school networks to measure students' competence in subjects such as Portuguese and mathematics, has impacted teachers' work by demanding satisfactory student performance on standardized tests. This study aimed to investigate the repercussions of external evaluations on the health of Humanities teachers (n = 4) in the final grades of Elementary School. Health was defined as the expansion of the power to act. The Letter to the Sender method was used for data construction. This method involves writing a letter that narrates the worker's activities and invites them to reflect on the statements made in the letter. The teachers reported being coerced into teaching the content required by external evaluations. Verticalized prescriptions disregarded the context of the schools. The bonus policy generated rivalries within the work collective. The individualization of responsibilities contradicted the inherently collaborative nature of pedagogical work. Teachers with precarious employment had fewer opportunities to counteract the reduced power to act. Future studies could examine the role of principals concerning the demand for results and its implications for teachers.