Um espectro rondava as eleições gerais moçambicanas de 2019. O espectro da derrota da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e da consequente alternância do poder, até então inédita. De facto, a impopularidade do partido governamental e de seu candidato à reeleição, devido aos inúmeros escândalos de corrupção e principalmente ao insólito caso das denominadas “dívidas ocultas” que agravara as condições sociais e económicas; aliado à renovação política na liderança da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e à expectativa de revitalização e mobilização das bases de apoio nas regiões centro e norte do país, levaram o partido oposicionista a conduzir sua campanha, convicto da vitória eleitoral.
A specter was haunting the 2019 Mozambican general elections. The specter of Frelimo's defeat and the consequent alternation of power, previously unheard of. In fact, the unpopularity of the governing party and its candidate for re-election, due to the numerous corruption scandals and mainly the unusual case of the so-called “dívidas ocultas” that had aggravated social and economic conditions; coupled with political renewal in Renamo's leadership and expectations of revitalization and mobilization of its support bases in the central and northern regions of the country, led the opposition party to conduct its campaign, certain of the electoral victory.