O presente trabalho apresenta uma resenha crítica da obra “O Ateneu” (1888), de Raul Pompéia,
importante trabalho do cânone brasileiro, a partir da perspectiva oferecida pela Crítica Arquetípica,
baseando-se em especial nas formulações acerca da crítica arquetípica do canadense Northrop Frye.
A partir de tal, pretende-se oferecer uma perspectiva diferente a leitura do romance, observando como
seus elementos por vezes apontados como característicos do movimento naturalista, na verdade,
são perpassados fortemente por uma carga psicológica e arquetípica que, para além de estereótipos
e caricaturas, retratam elementos profundos da organização de nossa comunidade, nossos sujeitos
e nossos sistemas. Mediante tal perspectiva, buscou-se ampliar o vocabulário crítico da obra para
além da caixa dos modelos decorativos que ainda figuram fortemente na educação para as letras
oferecida por nosso sistema de ensino, em especial no que diz respeito ao reducionismo de uma
obra rica em retratos e simbologias.