O artigo tem como objetivo discorrer acerca da historiografia e dos efeitos do projeto colonial branco eurocêntrico e patriarcal no campo da saúde mental. Perguntamo-nos qual a implicação da psicologia nesse cenário, uma vez que apostamos em uma escrita encarnada e situada, tendo como proposição metodológica uma construção artesanal de pesquisa. A partir do percurso histórico como linha de costura para organização dessa escrita, bem como de diálogos com pensadoras e pensadores decoloniais, procuramos discutir os impactos desse projeto colonial, higienista e eugenista no campo da saúde mental e suas múltiplas implicações nos marcadores sociais da diferença. Por fim, em tempos de retrocesso de políticas públicas nesse segmento, consideramos crucial o resgate dessa trajetória tanto para a contextualização de nossas práticas na saúde mental quanto para a evidência dessas desigualdades instauradas por um projeto excludente.
The article has as main objective to discuss about social exclusion as an effect of a white, Eurocentric and patriarchal colonial project. Based on a historical course as a sewing line for the organization of this writing, as well as dialogues with decolonial authors, we try to discuss the impacts of this project, especially in the field of mental health, which reverberate even today. We are faced with the incidence of these harmful effects, especially on black and poor women. The eugenicist practices in search of the ideal of a whitened and purified society were pushing those who did not fit this model to the margins, out of a system of citizenship and care. We consider it crucial to rescue this trajectory both for the contextualization of our mental health practices and for the reversal of these inequalities established by an inadequate and excluding project.