Este estudo investiga as trajetórias de adolescentes negros em conflito com a lei no Brasil, destacando como o racismo estrutural, a exclusão social e práticas punitivas impactam suas vivências. Utilizando uma abordagem qualitativa, o trabalho combina revisão bibliográfica e documental, embasando-se nos conceitos de controle social de Michel Foucault e nas análises de racismo estrutural de Angela Davis. Os resultados evidenciam que a criminalização da pobreza intensifica a seletividade penal de adolescentesnegros no sistema socioeducativo, perpetuando ciclos de estigmatização e exclusão social. Embora existam avanços normativos, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ainda persistem barreiras significativas à reintegração social e ao acesso a direitos fundamentais. Esse cenário reflete a omissão do Estado e da sociedade em garantir a proteção integral desses adolescentes. O artigo discute as contradições entre as políticas públicas teóricas e sua aplicação prática, enfatizando a urgência de medidas concretas que rompam o ciclo de marginalização. Propõe-se a implementação de políticas integradas e inclusivas que promovam a inclusão social, uma educação emancipatória e o enfrentamento ao racismo estrutural. Por fim, o texto ressalta a importância devalorizar as narrativas dos próprios adolescentes em futuras pesquisas, ampliando a compreensão de suas vivências e fortalecendo estratégias para transformar suas trajetórias em direção a uma sociedade mais justa e equitativa.
This study investigates the trajectories of Black adolescents in conflict with the law in Brazil, highlighting how structuralracism, social exclusion, and punitive practices impact their experiences. Using a qualitative approach, the research combines bibliographic and documental review, drawing on Michel Foucault’s concepts of social control and Angela Davis’s analyses of structural racism. The findings reveal that the criminalization of poverty exacerbates the overrepresentation of Black adolescents in the juvenile justice system, perpetuating cycles of stigmatization and social exclusion. Although normative advances, such as the Statute of the Child and Adolescent (ECA), have been made, significant barriers to social reintegration and access to fundamental rights persist. This scenario reflects the state's andsociety’s failure to ensure comprehensive protection for these young individuals. The article discusses the contradictions between theoretical public policies and their practical application, emphasizing the urgency of concrete measures to break the cycle of marginalization. It proposes the implementation of integrated and inclusive policies that foster social inclusion, emancipatory education, and the fight against structural racism. Finally, the text underscores the importance of valuing the narratives of adolescents themselves in future research, broadening the understanding of their experiences and strengthening strategies to transform their trajectories toward a more just and equitable society.