O presente trabalho tem como objetivo apresentar a concepção adorniana de
racionalização da música, tratando-a como um setor privilegiado da razão. Desta forma,
pretendemos mostrar como os processos que o autor descreve em relação aos progressos
da razão ocorrem de maneira semelhante na música, permitindo-nos então perceber que
ela passa pelos momentos de desencantamento em relação ao mundo – abandono da
teoria dos afetos – e encantamento do conceito – consolidação do sistema tonal como
segunda natureza. Para tanto serão utilizados tratados musicais e textos menores escritos
entre os séculos XVI e XVIII.