O acesso à energia elétrica é essencial para o bem-estar e o desenvolvimento social. No entanto, diversas comunidades do Pantanal Mato-grossense ainda vivem em áreas remotas e de difícil acesso, marcadas por cheias e secas sazonais que dificultam a expansão e manutenção da rede elétrica convencional. Este artigo realiza uma análise comparativa da viabilidade técnica e econômica entre a instalação de Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com Fonte Intermitente (SIGFI) e a extensão da rede elétrica para atendimento a essas localidades, com foco na região de Barão de Melgaço, no estado de Mato Grosso. Os resultados deste estudo demonstram que o SIGFI apresenta vantagens significativas para comunidades remotas do Pantanal mato-grossense. A análise econômica revela que o sistema fotovoltaico isolado pode ser até 44% mais econômico que a extensão da rede aérea, considerando custos totais de implantação e manutenção em um horizonte de 10 anos. Além disso, o SIGFI mostrou maior confiabilidade, com Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) próximo a zero, contra 94 horas da rede convencional no alimentador analisado. Do ponto de vista ambiental, a solução descentralizada evitou a emissão estimada de 12 toneladas de CO₂eq/ano para os 61 consumidores estudados, contribuindo para a sustentabilidade local. Conclui-se que, para regiões com características similares às de Barão de Melgaço marcadas por dificuldades de acesso, sazonalidade de cheias e baixa densidade populacional, o SIGFI representa a solução mais viável técnica e economicamente. Os achados reforçam a importância de políticas públicas adaptadas às realidades regionais e sugerem que a combinação de sistemas fotovoltaicos individuais com microrredes comunitárias pode ser o caminho mais eficiente para a universalização energética em áreas remotas do Brasil.