Análise discursiva de representações do tempo na publicidade de relógios de pulso

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ISSN: 1517-7874
Editor Chefe: Sulemi Fabiano Campos
Início Publicação: 31/05/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

Análise discursiva de representações do tempo na publicidade de relógios de pulso

Ano: 2015 | Volume: 17 | Número: 1
Autores: Diego Vieira Braga, Aracy Graça Ernst
Autor Correspondente: D.V. Braga, A. G. Ernst | revista@gelne.org.br

Palavras-chave: discurso; publicidade; tempo; representações.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste estudo, apresentamos uma análise discursiva da representação do tempo em dois anúncios publicitários de relógios de pulso veiculados em décadas diferentes (1970 e 2000) no Brasil. Com base na Análise de Discurso
francesa (AD), investigamos os processos de produção desses discursos, a constituição e as relações dos sentidos em cada período. Trabalhamos a hipótese do tempo como um construto discursivo, que além de ser instituído socialmente, tem sua interpretação gerida imaginariamente. O exercício bibliográfico referenciou formas de apreensão e tratamento do tempo (Castoriadis, 1982), seus usos sociais (Harvey, 2000), e de compreender a experiência temporal na contemporaneidade (Castells, 1999). Considerou-se também seu uso disciplinar (Foucault, 2009) e na configuração das relações entre trabalho e lazer (Moreira, 2008), temas envolvidos na estratégia persuasiva dos anúncios. Estes foram analisados em forma de sequências discursivas de referência (Courtine, 2009), articulando retomadas teóricas a pressupostos que embasam os trabalhos da AD (Pêcheux, 1993, 1995; 1997; Pêcheux e Fuchs, 1993; Pêcheux e León, 2011). As análises apontaram para representações do tempo condicionadas por determinações histórico-ideológicas. Em ambos os anúncios, o relógio recebeu um investimento de significação acima da função de cômputo, sendo relacionado à sanção de durações e ritmos, enquanto que os processos discursivos, sustentando vínculos entre temporalidades específicas e desígnios como imperativos econômicos,
construíram uma identificação da gestão da existência dos sujeitos com saberes pré-estabelecidos.