Tendo como ponto de partida o romance Dia de Finados do escritor neerlandês Cees Nooteboom e History – the last things before the last, de Siegfried Kracauer, o presente ensaio tem como objetivo pensar as relações entre memória, história, imagem e o impacto das novas tecnologias nos modos de ver e ler. A memória e os subsequentes paralelos traçados por Kracauer entre filosofia e história, arte e fotografia/cinema serão abordados levando em consideração o momento atual da era digital e da mobilidade onde a televisão passa a ser vista, pouco a pouco, apenas como mero suporte. Da explosão do seriado americano True Detective ao inglês Black Mirror, o artigo busca fazer uma releitura do Culto da distração, publicado no jornal Frankfurter Zeitung em meados da década de 20 do século passado. As relações entre o historiador de Kracauer e o personagem principal do livro de Nooteboom também vêm à tona nos anjos de Wim Wenders, homens com asas, monstros histórico-literários.