Este artigo apresenta, a partir da análise de alguns casos, a contribuição da Antropologia, e em especial da Antropologia Urbana, para a caracterização do que seja um bem cultural e de seu valor de patrimônio no contexto da paisagem urbana. Mais concretamente, é mostrada a aplicação do método etnográfico, com seu olhar de “perto e de dentro”, e das categorias pedaço, mancha, trajeto e circuito, desenvolvidos em pesquisas do Núcleo de Antropologia Urbana (NAU/USP). Pretende-se, desta forma, argumentar que esta contribuição pode aportar novos elementos para uma melhor definição das várias modalidades de patrimônio – arquitetônico, arqueológico, histórico, e principalmente do chamado imaterial ou intangível. Abre-se, assim, assim um fecundo diálogo com as disciplinas tradicionalmente comprometidas com os campos do patrimônio e da museologia.
By analyzing some cases this article exposes the contribution of Anthropology, and specially, Urban Anthropology to the characterization of what may or may not be a cultural good and its value as Heritage in the context of the urban landscape. As a matter of fact, here it is shown the application of the ethnographic method, with its “inside and close-by” regard and with the categories of turf, patch, route and circuit, developed along researches performed at the Núcleo de Antropologia Urbana (NAU/USP) [Urban Anthropology Nucleus]. Thus, our aim is to argument that this work brings forth new elements for a better definition of the many heritage modalities – be it Architectonic, Archeological, Historical, and mainly the so-called Immaterial or Intangible. Thereby a fecund dialogue is opened between Anthropology and the disciplines traditionally engaged with the fields of Heritage and Museology.