Neste artigo objetivamos problematizar a produção de verdades sobre feminilidades em cenas da série televisiva Game Of Thrones em que aparecem as personagens Arya Stark e Sansa Stark. A partir dos Estudos Culturais pós-estruturalista, que nos permitem a compreensão de que vivemos em uma sociedade imersa em uma vontade de pedagogia que extrapola o ambiente escolar, consideramos os artefatos midiáticos como capazes de praticar pedagogias culturais que buscam moldar sujeitos. Nesse artigo, conferimos destaque ao modo como Arya e Sansa constituem suas feminilidades ao longo da série assumindo posições-de-sujeito em um discurso de feminilidade que as posiciona segundo à normas vigentes nas quais elas estão socialmente imersas. Utilizamos estudos de teóricas queer como Butler e Guacira para discutir conceitos de gênero e feminilidades e desenvolvemos uma análise de inspiração foucaultiana. Nosso resultado é uma análise que objetiva refletir sobre o caráter pedagógico de uma série que, ao mostrar para milhões de telespectadores diferentes possibilidades de ser mulher, produz questionamentos, tensionamentos e atualizações dentro de um discurso supostamente natural, mas que pode ser ressignificado justamente por ser discursivo e cultural.