Trata-se da apresentação do dossier “Arte Contemporânea: anacronismo, pós-conceitualismo” publicado na revista Poiésis. Em “primeiro lugar, argumenta-se que a narrativa sobre a passagem do “moderno” para o contemporâneo” baseada na passagem da “especificidade do médium” para a “condição pós-médium” esbarra em uma teleologia da história. Em seguida, mostra-se como o texto de Nuno Crespo apresenta uma visão do contemporâneo ligada ao fim das promessas da modernidade ao pensá-lo como um tempo anacrônico, a partir de Didi-Huberman e Giorgio Agamben. Continuando, mostra-se em que medida a concepção do contemporâneo como uma “ficção operativa” produz uma visão crítica da inaturalidade da arte contemporânea uma vez que a possibilidade de relacionar espaços e tempos diferentes se adequa bem ao atual capitalismo global. Por fim, refletiremos como esta crítica à inatualidade do contemporâneo desliza para uma crítica da arte conceitual, mostrando que a tarefa da arte contemporânea consiste em problematizar o espaço no qual ela está instalada. Assim, mostrar-se- -á como o texto Éric Alliez discute o pós-conceitualismo analisando as obras de Daniel Buren e Gordon Matta-Clark.