Pensar sobre como as pessoas diferenciam o certo do errado, o justo do injusto, e o apropriado do inapropriado, são questões que têm perturbado pensadores antigos e modernos. A cultura clássica grega aspirava à Aretê, e seus mitos, perpetuados por Homero, forneciam exemplos a serem seguidos ou evitados. A cultura japonesa adotou o Bushidô como um acordo não escrito de estilo de vida. Este artigo procura destacar como e por que esses sistemas de aperfeiçoamento moral incorporaram as artes marciais como elementos formativos, focando especialmente em suas semelhanças. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico e uma análise histórica da Aretê e do Bushidô. Foi observado que, apesar das diferenças geográficas e temporais, a Aretê grega e o Bushidô japonês compartilham preocupações semelhantes, como: a inseparabilidade de corpo e espírito, o uso das artes marciais como meio de expressar virtudes e valores morais, e a formação do cidadão.