Nas antigas civilizações a relação sexual entre adultos e infantis era considerada, ora como cerimônias que precedia a emancipação sexual, ora como ritual de magia. Essa realidade se transformou a partir dos estudos de Freud no século XIX no qual a pedofilia foi considerada uma disfunção sexual, ou seja, uma patologia. Porém, apesar de ser considerada hoje como um crime hediondo, os casos de Pedofilia são inúmeros. No município de Itapé, interior do estado da Bahia há uma discrepância considerável entre os números de casos ocorridos e a falta de denuncias dos mesmos. Desse modo, o presente relato de pesquisa propõe abordar os aspectos psicossociais acerca da pedofilia tendo como foco principal as omissões dos casos de Pedofilia e a investigação das causas desse fenômeno. . Para tal proposito foi realizada uma entrevista semiestruturada e de cunho qualitativo com os Conselheiros Tutelares do município. Os dados obtidos foram gravados e transcritos, com a permissão dos entrevistados que assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados obtidos com a pesquisa corroboram que de fato ocorrem mais casos de abuso sexual infantil que os registrados formalmente no Conselho Tutelar do Município de Itapé, desse modo, os conselheiros apontaram para as causas da falta de denuncia, o medo, a vergonha, a proximidade do abusador que em sua maioria é um familiar, bem como, a falta de estrutura da cidade em acolher e proteger as crianças abusadas. Através do exposto recomenda-se que sejam realizadas campanhas de conscientização no município acerca da importância das denuncias, o sigilo das informações prestadas, bem como, os meios alternativos para a realização das denuncias.