Motivado pelo primeiro contato do autor com textos escritos em português por jovens surdos, que ilustram uma conhecida obra no campo da educação e surdez, o presente texto coloca sob suspeita alguns pressupostos que nortearam a análise e classificação dos problemas presentes na escrita dos surdos, e sugere outras direções para aquela análise. Busca mostrar que, em certa medida, alguns problemas observados na produção escrita de surdos têm a mesma origem de problemas semelhantes presentes nas escrita de falantes nativos do português. Em outros aspectos, no entanto, sugere que não se deve tomar a escrita em português dos falantes nativos como parâmetro para analisar a escrita dos surdos em português (uma 2.ª língua para eles). Finalmente, conclui que o maior problema e dificuldade não está na surdez, mas nas metodologias de ensino de português (não exclusivamente para surdos).