O autismo faz parte dos transtornos globais do desenvolvimento e afeta de forma consubstancial as áreas da comunicação verbal e não verbal, interação social e comportamento dos indivíduos. De etiologia multicausal não apresenta um marcador biológico de identificação. A partir da Lei número 12.764/2012 pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) passam a ser consideradas pessoas com deficiência-PcD, devendo ser incluídas no sistema regular de ensino por meio da educação especial. Ao adentrarem no ensino superior enfrentam grandes desafios, e requerem uma mudança de paradigma em relação ao processo ensino-aprendizagem vigente nas universidades, muitas vezes fragmentado e representativo de uma educação mecanicista. O objetivo principal desse artigo é refletir sobre a importância da prática pedagógica no ensino superior, a partir de uma perspectiva inclusiva de educação que passa necessariamente por um vínculo entre aquele que ensina e aquele que aprende. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de produções cientificas sobre autismo no ensino superior, educação especial e conceitos balizares da teoria sócio-histórica de Vygotsky. Como resultado da pesquisa, conclui- se que, uma prática pedagógica que valorize as diferenças e as subjetividades humanas, onde o educador é um mediador do conhecimento científico, contribui para uma educação inclusiva de qualidade, voltada à autonomia e desenvolvimento das pessoas com transtorno do espectro autista.