Neste texto realiza-se uma análise do romance Dias perdidos, publicado por Lúcio Cardoso, em 1943, tendo como base o fato apontado pelo autor de que este seria um romance autobiográfico. Lúcio Cardoso, cujo centenário de nascimento completa-se neste ano de 2012, é um autor mineiro conhecido pelo seu gosto em criar personagens fracassados, que se encontram em momentos crÃticos de suas vidas. A partir da ideia de pacto fantasmático desenvolvida por Philippe Lejeune, do conceito de vida escrita, desenvolvido por Ruth Silviano Brandão, do conceito de mal de arquivo, de Jacques Derrida e de escritas de si, de Michel Foucault, este artigo pretende flagrar o escritor em sua obra, mostrando como a escrita e a vida se misturam no caso de Lúcio Cardoso. Serão também apresentadas idéias e noções do escritor a partir de uma pesquisa bibliográfica em seu acervo contido na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Essa pesquisa de acervo tem-se demonstrado extremamente importante para a percepção de novas chaves de leitura dos textos literários.