Este estudo tem como objetivo analisar as taxas de autocitação em países desenvolvidos e em desenvolvimento, do Norte e Sul Global, investigando sua relação com a produtividade científica. Método: Foram utilizados dados da base OpenAlex, com 12,3 milhões de artigos de 50 países publicados entre 2020 e 2023. A taxa de autocitação foi calculada em nível de país e região socioeconômica, com base na proporção de artigos que referenciam trabalhos do mesmo país. Resultado: Países em desenvolvimento apresentaram maiores taxas de autocitação ajustada e maior correlação entre produção e autocitação. Em contrapartida, os países desenvolvidos mostraram correlações mais fracas entre produção e citação, ainda que suas citações sejam menos centradas no próprio país. Apesar de os países do Sul Global representarem 42,6% da produção científica total, sua participação nas referências dos países desenvolvidos é de apenas 10,4%, refletindo a concentração das citações entre os países do Norte. Conclusão: A ocorrência de altas taxas de autocitação nos países em desenvolvimento é acompanhada pelo aumento da participação desses países na produção científica global. Ainda assim, as citações provenientes de países desenvolvidos permanecem predominantemente concentradas entre eles, evidenciando uma desigualdade persistente no fluxo de conhecimento entre o Norte e o Sul Global.
This paper aims to examine self-citation rates in developed and developing countries, as well as across the Global North and South, and explore their relationship with scientific productivity. Methods: The study utilized data from the OpenAlex database, encompassing 12.3 million articles from 50 countries published between 2020 and 2023. Self-citation rates were calculated at the country and socioeconomic region levels, based on the proportion of articles citing works originating from the same country. Results: Developing countries exhibited higher adjusted self-citation rates and stronger correlations between scientific output and self-citation. In contrast, developed countries showed weaker correlations between productivity and citations, with their citations being less focused on domestic works. While Global South countries account for 42.6% of total scientific output, their contributions represent only 10.4% of references in publications from developed countries, reflecting a concentration of citations among Global North nations. Conclusion: Despite the increasing contribution of developing countries to global scientific output and their growing representation in the OpenAlex database, these countries display high self-citation rates. Moreover, citations from developed countries remain largely concentrated within their own group, underscoring persistent inequalities in the flow of knowledge between the Global North and South.