Apresenta as considerações relativas aos resultados de uma etnografia educacional sobre os usos do livro didático Alfabetização fônica: construindo competência de leitura e escrita, realizada no ano letivo de 2010 em duas turmas de primeiro ano do ensino fundamental de uma escola municipal de Foz do Iguaçu. Critica a proposta do livro devido à sua semelhança com cartilhas de alfabetização de marcha sintética. Mostra que a proposta do livro conduz as professoras a desconsiderarem as variações linguísticas no processo de alfabetização, o que é problemático em um município de tríplice fronteira. Defende que o livro foi tomado obrigatório nas escolas porque sua proposta vai ao encontro das exigências do anial sistema de avaliação em larga escala. Mostra que tais avaliações estão gerando na escola um currículo monocultural e meritocrático. corroborando as críticas a este sistema realizadas por Apple (2002). Freitas (2007) e Freitas (2011). A partir de dados da etnografia, aponta para a tendência de que as políticas de avaliação em larga escala se erijam sobre concepções reduzidas de leitura e escrita.