Biopolítica: o poder médico e a autonomia do paciente em uma nova concepção de saúde

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ISSN: 1807-5726
Editor Chefe: Antonio P. P. Cyrino
Início Publicação: 31/07/1997
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Biopolítica: o poder médico e a autonomia do paciente em uma nova concepção de saúde

Ano: 2004 | Volume: 8 | Número: 24
Autores: A. Martins
Autor Correspondente: A. Martins | andremar@nesc.ufrj.br

Palavras-chave: Poder; medicalização; autonomia do paciente; biopolítica; ética.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Propõe-se articular a crítica de Foucault ao que este chamou de "medicalização autoritária de corpos e doenças" ao conceito de Espinosa de aumento da potência de agir, tendo como horizonte uma reflexão sobre a questão da autonomia dos indivíduos. Para isso, desenvolve-se uma reflexão crítica e genealógica sobre a concepção de saúde e de cura presentes na prática médica atual, assim como sobre o poder médico e a concepção mecanicista e cientificista do corpo e da enfermidade a ele atrelada. A esta concepção contrapõe-se uma noção canguilhemiana de saúde ligada à normatividade e de cura ligada à reabilitação. A partir destes deslocamentos, repensam-se as práticas médicas atuais, assim como as concepções de promoção da saúde e de prevenção.



Resumo Inglês:

This paper proposes an articulation between Foucault's critique of what he called the "authoritarian medicalization of bodies and diseases" and Spinoza's concept of the enhancement of the power to act, within the framework of a reflection on the issue of individual autonomy. To this end, a critical and genealogical discussion of the concept of health and of cure as found in current medical practice is presented, as well as a discussion of medical power and the mechanistic and scientistic ideas concerning the body and the diseases attached to it. This idea is in contrast to Canguilhem's notion of health as being linked to normativeness and of cure as being connected with rehabilitation. Based on this change of indicators, current medical practices are reconsidered, as well as the idea of encouraging health and prevention.



Resumo Espanhol:

El presente trabajo busca articular la crítica de Foucault, lo que él llamó "medicalización autoritaria de cuerpos y enfermedades", al concepto de Espinosa de aumento de la potencia de actuar, teniendo como horizonte una reflexión sobre el cuestión de la autonomía de los individuos. Se propone, para esto, reflexionar crítica y genealógicamente sobre el concepto de salud y de cura presentes en la práctica médica actual, así como sobre el poder médico y el concepto mecanicista y cientifista del cuerpo y de la enfermedad relacionada a él. A este concepto, contrapondremos una noción canguilhemiana de salud vinculada a la normativa y de cura vinculada a la rehabilitación. A partir de estos desplazamientos, repensaremos las prácticas médicas actuales, así como los conceptos de promoción de salud y de prevención.