O presente artigo aborda memórias de mulheres a partir de setenta anos que conviveram com o antigo ofício de partos realizados por parteiras. Conhecidas como “cachimbeiras”, elas são personagens da história que merecem ter seus trabalhos e esforços contados por ampararem diversas mulheres ao longo dos anos. Partindo disso, nada melhor do que conhecer suas práticas a partir das memórias de mulheres assistidas e ajudadas por elas. Sendo assim, buscamos nesse artigo realizar uma análise de narrativas para que possamos compreender as técnicas e práticas desenvolvidas no ofício da parturição e problematizar as narrativas orais acerca desse ofício que foram produzidas em 2018 nas comunidades Salinas na cidade de Santa Cruz do Piauí e São Bento na cidade de Pio IX - Piauí. Esse trabalho abre espaço para um melhor entendimento sociocultural que ronda a prática da parturição assistida em casa nos recortes delimitados. Ainda implica em questionamentos importantes a fim de perceber as entranhas desse processo que permeia espaços opostos e pode ser visualizado em temporalidades e roupagens distintas.
This article addresses the memories of women from seventy years of age who lived with the ancient craft of childbirths performed by midwives. Known as “cachimbeiras”, they are characters in history who deserve to have their work and efforts told for supporting several women over the years. Based on this, there is nothing better than knowing their practices from the memories of women assisted and helped by them. Therefore, we seek in this article to carry out an analysis of narratives so that we can understand the techniques and practices developed in the craft of parturition and problematize the oral narratives about this craft that were produced in 2018 in the Salinas communities in the city of Santa Cruz do Piauí and São Bento in the city of Pio IX - Piauí. This work opens space for a better sociocultural understanding that surrounds the practice of assisted parturition at home in the delimited clippings. It still implies important questions in order to understand the entrails of this process that permeates opposite spaces and can be visualized in different temporalities and guises.
