Calprotectina e elastase fecal-1 como marcadores inflamatórios intestinais e de insuficiência pancreática na fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Calprotectina e elastase fecal-1 como marcadores inflamatórios intestinais e de insuficiência pancreática na fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Eduarda Sampaio Lazzarotto, Jannaina Ferreira de Melo Vasco, Carlos Antônio Riedi, Débora Chong Silva, Nelson Augusto Rosário-filho
Autor Correspondente: Eduarda Sampaio Lazzarotto | rbm@ambr.org.br

Palavras-chave: fibrose cística, calprotectina, elastase fecal-1, inflamação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: O intestino e pâncreas são afetados na fibrose cística (FC), com impacto no crescimento e qualidade de vida dos pacientes desde o nascimento. Dois marcadores têm sido relacionados à presença de inflamação intestinal e insuficiência pancreática: a calprotectina fecal (CLP) e a elastase-1 fecal (EL-1).

OBJETIVO: O objetivo desse estudo foi avaliar os níveis de Calprotectina (CLP) e Elastase-1 fecal em pacientes com FC correlacionando com as manifestações clínicas, presença de insuficiência pancreática e as mutações CFTR (G542X e F508del).

METODOLOGIA: Foram coletadas amostras de fezes de 35 participantes no período de Setembro de 2019 a Novembro de 2023, diagnosticados com FC e acompanhados no ambulatório de FC do hospital de referência, e 6 controles saudáveis para ambos os marcadores. Os pacientes foram divididos em pacientes < 4 anos e > 4 anos, devido à diferença observada em estudos prévios nos valores de acordo com as idades.

RESULTADOS: Os pacientes FC com menos de 4 anos (13/20) apresentaram níveis variados de CLP, enquanto os controles saudáveis apresentaram níveis normais. Os pacientes FC acima de 4 anos apresentaram níveis alterados de CLP (7/15) na presença de outras manifestações, como exacerbação pulmonar. Não houve associações significativas entre valores alterados de CLP e manifestações clínicas da doença, bem como uso de antibióticos e enzimas. Houve correlação negativa entre os valores de CLP e os parâmetros de crescimento, indicando, possivelmente, impacto da inflamação intestinal nesses parâmetros. Os níveis de EL-1 estavam diminuídos em 27 de 35 pacientes FC, sendo apenas um considerado como insuficiência pancreática moderada. Entre os controles saudáveis, os 6 apresentaram níveis normais. Não houve correlação entre os níveis e CLP e EL-1.

CONCLUSÃO: A CLP fecal demonstra ser um marcador de inflamação intestinal para a FC, bem como a EL-1 fecal para gravidade da doença pancreática presente na doença. São exames não invasivos para acompanhamento da evolução e gravidade da doença, impactando em intervenções e tratamentos que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes.