No passado, as comunidades religiosas afro-brasileiras foram objeto da perseguição policial forte; além de racismo e intolerância religiosa, esta perseguição foi inspirada por um preconceito médico generalizado: a etnomedicina afro-brasileira foi categorizada como charlatanismo e os ritos entusiásticos dos terreiros como causa (ou sintoma) de desordens psÃquicas. Os estudos antropológicos evidenciaram a inanidade deste preconceito e evidenciaram que os terreiros não são somente templos, mas também agências de serviço de saúde populares importantes. Em duas décadas passadas, o Movimento Negro Brasileiro teve êxito na proposição de uma nova polÃtica de saúde pública para os negros no Brasil; em particular, lÃderes dos terreiros no estado da Bahia continuaram criando novas formas de cooperação com organizações governamentais e não governamentais com este objetivo. Discutimos neste artigo o estado presente e os desenvolvimentos possÃveis desta cooperação incipiente.
In the past, African-Brazilian religious communities were the object of strong police persecution, in addition to racism and religious intolerance, this persecution was inspired by a generalized medical prejudice: the African-Brazilian ethnomedicine was categorized as quackery and enthusiastic rites of yards as a cause (or symptom) of mental disorders. Anthropological studies revealed the senselessness of this bias and showed that the yards are not only temples but also important popular health service agencies. In the past two decades, the Brazilian Black Movement has succeeded in proposing a new public health policy for the black people in Brazil, in particular, leaders of the yeards in the state of Bahia continued creating new forms of cooperation with governmental and nongovernmental organizations with this goal. In this article we discuss the present state and possible developments in this incipient cooperation.