CARACTERIZAÇÃO DAS BARREIRAS DE ACESSO À SAÚDE GINECOLÓGICA E SEXUAL DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE RUA: ESTUDO DE CASO

Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar

Endereço:
Praça Mascarenha de Moraes, 4282 - UNIPAR - Zona III
Umuarama / PR
87502210
Site: https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude
Telefone: (44) 3621-2828
ISSN: 1982-114X
Editor Chefe: Nelton Anderson Bespalez Corrêa
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências da Saúde

CARACTERIZAÇÃO DAS BARREIRAS DE ACESSO À SAÚDE GINECOLÓGICA E SEXUAL DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE RUA: ESTUDO DE CASO

Ano: 2025 | Volume: 29 | Número: 1
Autores: Letícia Hikari Koshita, Vinicius Gregorio Plastina da Silva, Fernanda Hoffmann Marques, Tânia Maria Gomes da Silva
Autor Correspondente: Letícia Hikari Koshita | leticiakoshita4@gmail.com

Palavras-chave: Promoção de Saúde, Saúde da Mulher, Vulnerabilidade Social, Health Promotion, Women's Health, Social Vulnerability, Promoción de la Salud, Salud de la Mujer, Vulnerabilidad Social

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Introdução: As barreiras sociais impostas às mulheres em situação de rua contribuem para o afastamento desse grupo das instituições governamentais de saúde. Isso posto, o estudo objetiva caracterizar as condições de saúde dessas mulheres em um município de porte médio do estado do Paraná. Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza exploratória e abordagem quantitativa, no qual foram analisados os prontuários disponibilizados pelo serviço do Consultório na Rua (CnR) da Secretaria Municipal de Saúde do município. Resultados e Discussões: A média de idade das mulheres foi de 36,47 anos. A maioria (35,6%) vivia nas ruas entre 2 a 10 anos, e 18,4% estavam em situação de rua por mais de 10 anos. 73,6% das mulheres tinham até 9 anos de escolaridade, o que reflete uma baixa instrução formal. 81,6% realizaram entre uma a cinco consultas, mostrando que, embora o acesso aos serviços de saúde exista, a continuidade do cuidado pode ser limitada. Com relação às principais queixas que levaram as mulheres ao atendimento no CnR, 26,4% apresentavam queixas uroginecológicas. Conforme se constatou, embora 52,9% das mulheres façam o uso de métodos contraceptivos, 44,8% das mulheres estavam com o exame de rastreamento de colo uterino em atraso. Conclusões: Inicialmente, a hipótese era de que a maioria das mulheres apresentaria queixas uroginecológicas; contudo, 73,6% das participantes não identificaram essas sintomatologias. Embora o resultado tenha sido contrário ao pressuposto inicial, a literatura reforça os riscos de saúde enfrentados por essas mulheres, devido ao ambiente precário das ruas, onde as necessidades básicas não são atendidas, além dos ciclos menstruais que viabilizam um ambiente oportuno para infecções. Além disso, as mulheres vulneráveis socioeconomicamente tendem a procurar serviços de saúde para procedimentos de caráter curativo e não preventivo. Portanto, o fato de as participantes estarem em situação de rua atua como fator impeditivo na busca dos resultados dos exames.



Resumo Inglês:

Introduction: The social barriers imposed on homeless women contribute to the exclusion of this group from government health institutions. Therefore, the study aims to characterize the health conditions of these women in a medium-sized city in the state of Paraná. Methodology: This is an exploratory study with a quantitative approach, in which the medical records provided by the Street Clinic (CnR) service of the Municipal Health Department of the city were analyzed. Results and Discussions: The average age of the women was 36.47 years. The majority (35.6%) had lived on the streets between 2 and 10 years, and 18.4% had been homeless for more than 10 years. 73.6% of the women had up to 9 years of schooling, which reflects a low level of formal education. 81.6% had between one and five consultations, showing that, although access to health services exists, continuity of care may be limited. Regarding the main complaints that led women to seek care at the CnR, 26.4% had urogynecological complaints. As found, although 52.9% of women use contraceptive methods, 44.8% of women were late in their cervical screening exam. Conclusions: Initially, the hypothesis was that most women would have urogynecological complaints; however, 73.6% of participants did not identify these symptoms. Although the result was contrary to the initial assumption, the literature reinforces the health risks faced by these women, due to the precarious environment of the streets, where basic needs are not met, in addition to menstrual cycles that provide an opportune environment for infections. In addition, socioeconomically vulnerable women tend to seek health services for curative rather than preventive procedures. Therefore, the fact that participants are homeless acts as an impediment to seeking test results.



Resumo Espanhol:

Introducción: Las barreras sociales impuestas a las mujeres sin hogar contribuyen al retiro de este grupo de las instituciones de salud gubernamentales. Dicho esto, el estudio tiene como objetivo caracterizar las condiciones de salud de estas mujeres en un municipio mediano del estado de Paraná. Metodología: Se trata de un estudio exploratorio con abordaje cuantitativo, en el que se analizaron las historias clínicas puestas a disposición por el servicio Consultório na Rua (CnR) de la Secretaría Municipal de Salud del municipio. Resultados y Discusiones: La edad promedio de las mujeres fue de 36,47 años. La mayoría (35,6%) había vivido en la calle entre 2 y 10 años, y el 18,4% había estado sin hogar durante más de 10 años. El 73,6% de las mujeres tenía hasta 9 años de escolaridad, lo que refleja una baja educación formal. El 81,6% tuvo entre una y cinco consultas, lo que demuestra que, aunque existe acceso a los servicios de salud, la continuidad de la atención puede ser limitada. En cuanto a las principales quejas que llevaron a las mujeres a buscar atención en el CnR, el 26,4% presentó quejas uroginecológicas. Al final resultó que, aunque el 52,9% de las mujeres utilizan métodos anticonceptivos, el 44,8% de las mujeres estaban atrasadas en su examen de detección cervical. Conclusiones: Inicialmente, la hipótesis fue que la mayoría de las mujeres presentarían quejas uroginecológicas; sin embargo, el 73,6% de los participantes no identificó estos síntomas. Si bien el resultado fue contrario al supuesto inicial, la literatura refuerza los riesgos para la salud que enfrentan estas mujeres, debido al ambiente precario de las calles, donde no se cubren las necesidades básicas, además de los ciclos menstruales que brindan un ambiente propicio para infecciones. . Además, las mujeres socioeconómicamente vulnerables tienden a buscar servicios de salud para procedimientos curativos más que preventivos. Por lo tanto, el hecho de que los participantes no tengan hogar actúa como un impedimento para obtener los resultados de los exámenes.