O estudo da dinâmica geomorfológica demanda o reconhecimento dos processos superficiais. A partir de uma visão sistêmica, os elementos da paisagem e os inputs de energia atuando sobre eles se refletem nos ambientes de sedimentação e seus depósitos. Neste contexto, as áreas de exceção úmida circunscritas pelo ambiente semiárido do Nordeste do Brasil compõem um conjunto ambiental único, cujos registros de eventos denudacionais pretéritos, sob a forma de depósitos de encosta representam um proxy regional de grande qualidade para a reconstrução de sua evolução temporal. Diante disso, este trabalho buscou identificar os marcadores da dinâmica geomorfológica do maciço sub-úmido de Mata Grande, Alagoas, expressos em suas coberturas superficiais, comparando-os com os de outras áreas congêneres sobre a Província Borborema. A pesquisa partiu da descrição dos colúvios da área, por meio da análise de sua granulometria e morfoscopia, no intuito de proceder comparações com materiais semelhantes oriundos de outros brejos de altitude. Observou-se que os colúvios de Mata Grande são compostos em sua maior parte por areia lamosa, ocorrendo ainda fluxos de detritos incorporando de seixos a matacões. Os materiais mostraram-se semelhantes aos dos outros ambientes de encostas sub-úmidas do NE, corroborando a existência de uma dinâmica própria a esses ambientes.