O presente artigo desenvolveu-se sobre uma experiência de pesquisa de mestrado durante dois anos e meio, tendo como objeto de seu estudo compreender a construção identitária com sentido emancipatório de moradores da primeira vila-ferroviária do Estado de São Paulo, a Vila de Paranapiacaba, no município de Santo André, tombada pelo patrimônio histórico, cultural e ambiental; inseridos num contexto de intenso sofrimento psicossocial, no qual figura uma incidência significativa de transtornos do pânico, depressão e casos frequentes de suicídio. Com base na teoria proposta por Antonio da Costa Ciampa, analisou-se a narrativa de 11 histórias de vida de moradores da vila, novos e antigos, de formação profissional diversa, em diferentes faixas etárias, que, corroborados com observações “in loco”, pode-se concluir que o sofrimento está fundamentado na imposição de uma política de identidade de reconhecimento perverso, instrumentalizado e legitimado por uma lógica racional-finalista do discurso público aliada à crise de sentido.
This paper was developed on the experience of master’s research for two and a half years, with the object of his study to understand the construction of identity with emancipatory sense of residents of the 1st village-train in the State of São Paulo, the town of “Paranapiacaba”, in Santo André, listed by historical, cultural and environmental inserted in a context of intense psychosocial distress, which figure in a significant incidence of panic disorders, depression and frequent cases of suicide. From the theoretical basis proposed by Antonio da Costa Ciampa, it was analyzed the narrative of the life stories of 11 villagers, old and new, with different professional training, in different age groups, which, corroborating with observations “in loco”, can conclude that the suffering is based on the imposition of an identity politics of recognition perverse, and legitimized by instrumental rational logic-finalist in the public discourse coupled with the crisis of meaning.