Companhias incômodas para Javé? Deusas no mundo do antigo Israel e arredores

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ISSN: 2176-0985
Editor Chefe: Sandra Duarte de Souza
Início Publicação: 01/02/1994
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Teologia

Companhias incômodas para Javé? Deusas no mundo do antigo Israel e arredores

Ano: 2019 | Volume: 25 | Número: 1
Autores: C. Uehlinger
Autor Correspondente: C. Uehlinger | mandragora.metodista@gmail.com

Palavras-chave: Antiga religião israelita, deusas, monoteísmo, politeísmo, Javé

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo oferece uma visão panorâmica das deusas atestadas no Sul do Levante, que está dentro do horizonte cultural da(s) antiga(s) religião(ões) israelita(s) e judaíta(s). Sua principal premissa é que antigos deuses e deusas refletem funções socialmente significativas, e que eles e elas foram concebidos e concebidas tanto em modelos sociomórficos quanto antropomórficos. Enquanto os modelos anteriores amplamente baseados nos registros bíblicos enfatizavam a excepcionalidade do deus de Israel, pesquisas mais recentes realocaram Javé dentro do contexto mais amplo das antigas sociedades e das tendências religiosas do Levante meridional. A evidência epigráfica e visual atualmente disponível aponta para a veneração de uma deusa Aserá ao lado de Javé, a principal divindade masculina no antigo (pré-exílico) Israel e Judá. Durante a segunda metade do primeiro milênio aEC, vários grupos de elite levaram Javé à uma postura cada vez mais hostil contra (sua) Aserá e outras deusas, um processo que deveria ser explicado pelos historia­dores em termos estritamente sócio-históricos. Isso resultou em várias visões exclusivistas, parciais e, muitas vezes, unilaterais da divindade, não apenas no que diz respeito a questões de gênero. Visões que depois judaísmo, cristianismo e islã foram frequentemente pressionados a compensar e que influenciaram profundamente a maneira como “Deus” é concebido e figurado no imaginário ocidental até hoje.



Resumo Inglês:

The article offers a panoramic overview of goddesses attested in the Southern Levant, that is within the cultural horizon of ancient Israelite and Judahite religion\s. Its main premise is that ancient gods and goddesses reflect socially significant functions, and that they were conceived along both sociomorphic and anthropomorphic models. Whereas earlier models largely based on the biblical record stressed the exceptionality of Israel’s god, more recent research has relocated Yahweh within the larger context of ancient Southern Levantine societies and religious trends. Currently available epigraphic and visual evidence points to the worship of a goddess Asherah alongside Yahweh, the major male deity in ancient (pre-exilic) Israel and Judah. During the latter half of the first millennium BCE, various of elite groups brought Yahweh into an increasingly hostile stance against (his) Asherah and other Levantine goddesses, a process that the historian must explain in strictly socio-historical terms. It resulted in various exclusivist, partial and often one-sided views of the deity, not least with regard to gender issues, views which later Judaism, Christianity and Islam were often hard-pressed to compensate and which have profoundly influenced the way “God” is imagined and figured in the Western imaginary until this day.



Resumo Espanhol:

El artículo ofrece una visión panorámica de las diosas atestadas en el Sur del Levante, que está dentro del horizonte cultural de la(s) antigua(s) religion(es) israelita(s) y judía(s). Su principal premisa es que antiguos dioses y diosas reflejan funciones socialmente significativas, y que ellos y ellas fueron concebidos e concebidas tanto en modelos sociomórficos cuanto antropomórficos. Mientras que los modelos anteriores ampliamente basados en los registros bíblicos enfatizaban la excepcionalidad del dios de Israel, investigaciones más recientes reubicaron al Yahveh dentro del contexto más amplio de las antiguas sociedades y de las tendencias religiosas del Levante meridional. La evidencia epigráfica y visual actualmente disponible apuntam a la veneración de una diosa Asherah al lado de Yahveh, que fue la principal divinidad masculina en lo antiguo (pre-exílico) Israel y Judá. Durante la segunda mitad del primer milenio aC, varios grupos de elite llevaron a Yahveh a una postura cada vez más hostil contra (su) Asherah y otras diosas, un proceso que debería ser explicado por los historiadores en términos estrictamente socio-históricos. Esto resultó en varias visiones exclusivistas, parciales y muchas veces unilaterales de la divinidad, no menos en lo que se refiere a cuestiones de género, visiones que luego judaísmo, cristianismo y islam fueron a menudo presionados a compensar y que influenciaron profundamente la manera como “Dios” es concebido y figurado en el imaginario occidental hasta hoy.