Comparação da dosagem de cloretos utilizando equipamento Chlocheck® e um protótipo de espectrofotômetro dedicado

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Comparação da dosagem de cloretos utilizando equipamento Chlocheck® e um protótipo de espectrofotômetro dedicado

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Daniel Saverio Spozito, Carla Cristina Souza Gomez, Michele Viviane Sá dos Santos Rondon, Antônio Fernando Gomez, José Dirceu Gomez, Daniela de Souza Paiva Borgli, Maria de Fátima Servidoni, Francisco Ubaldo Vieira Junior
Autor Correspondente: Daniel Saverio Spozito | rbm@ambr.org.br

Palavras-chave: fibrose cística, teste do suor, íons de cloreto

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: No Brasil o Teste do Suor (TS) é o teste de escolha para confirmação de Fibrose Cística (FC) e deve ser realizada em todos os pacientes com triagem neonatal alterada ou com suspeita clínica de FC. O TS é classificado como padrão-ouro, cujo protocolo prevê a coleta e dosagem de cloreto do suor em duas amostras distintas. No Brasil as técnicas de dosagem de cloretos difundidas e regulamentadas são as técnicas titulométrica e coulométrica. A colorimetria é um método quantitativo utilizado na dosagem de cloretos, já validada em análises clínicas para vários fluídos orgânicos, porém não prevista na regulamentação nacional para a aplicação no TS. Foi construído e validado de forma experimental (in-vitro) um protótipo dedicado à dosagem de cloretos.

OBJETIVO: Comparar as técnicas(T): T1- Coulométrica (Chlocheck®-íon seletivo) e T2-Colorimétrica (Protótipo) na dosagem de íons de cloreto em pacientes com suspeita ou diagnóstico de FC.

METODOLOGIA: Em um estudo comparativo analisando os dados coletados em projeto aprovado pelo comitê de ética do Hospital Universitário (Parecer nº 45207521.0.0000.5404). Foram Coletadas 44 amostras de suor em 22 pacientes utilizando o método de iontoforese com pilocarpina para estimulação do suor pela técnica de Gibson e Cooke, sendo uma coleta com coletor do tipo serpentina e duas coletas com papel filtro totalizando duas coletas em cada paciente. Todos os pacientes (n=22) foram submetidos ao T1 e ao T2.

RESULTADOS: Valores de cloreto realizados com i) T1 nos 22 pacientes (P) em mEq/L: P1=7,00; P2=9,00; P3=9,00; P4=9,00; P5=10,00; P6=11,50; P7=12,00; P8=12,00; P9=15,00; P10=15,00; P11=16,00; P12=20,00; P13=25,00; P14=31,00; P15=55,00; P16=91,00; P17=99,00; P18=107,00; P19=108,00; P20=111,00; P21=120,00; P22=145,00. ii) Com T2 nos 11 Pacientes (P) em mEq/L: P1=16,69; P2=35,00; P3=17,79; P4=20,20; P5=29,05; P6=17,62; P7=29,57; P8=25,32; P9=21,21; P10=28,86; P11=31,00; P12=31,79; P13=41,26; P14=53,51; P15=52,90; P16=106,28; P17=146,07; P18=107,00; P19=97,50; P20=115,85; P21=120,53; P22=173,35. Considerando os valores superiores a 30 mEq/L como ponto de corte, foram formados dois grupos para o teste estatístico. A análise dos grupos de dados foram semelhantes nas dosagens em altas concentrações (p<0,05 no teste t) e diferentes quando em baixas concentrações (p>0,05 no teste t).

CONCLUSÃO: Observou-se valores semelhantes nas medições realizadas pelos dois equipamentos quando os resultados foram maiores que >30 mEq/L. Entretanto, para valores <30 mEq/L as medições obtidas com o equipamento Chlocheck® foram menores quando comparadas às do protótipo. Considerando tratar-se de fase piloto para validação do equipamento, propõese ampliar o número de pacientes, subdivididos em três grupos distintos: portadores de FC (duas mutações), portadores de uma mutação e não FC (ausência de mutação) e reavaliar a técnica coulométrica quanto a sua sensibilidade em baixas concentrações.