Este artigo compartilha informações acerca do conceito de comunidade terapêutica, a partir de uma experiência de grande repercussão realizada nos anos sessenta em um hospital psiquiátrico mineiro, na cidade de Belo Horizonte. A discussão resulta de pesquisa histórica intitulada “Hospital Galba Velloso e as vicissitudes da história da Reforma Psiquiátrica mineira nos anos sessenta”. A metodologia empregada nesta investigação valeu-se de fontes orais e do estudo de acervo de prontuários do hospital, configurando um esforço no campo da psicologia social e da história da psicologia, de modo a contribuir para o tema identificado como o da Reforma Psiquiátrica brasileira. Como conclusão, constata-se as limitações das concepções tradicionalmente consagradas de utilização do espaço asilar como lócus de construção de um trabalho terapêutico, indicando, isso sim, a utilização do dispositivo hospitalar como ferramenta de construção dos espaços corporativos da psiquiatria.
This article shares information about the concept of therapeutic community, from a high-profile experiment in the sixties in a psychiatric hospital in the city of Belo Horizonte, in Minas Gerais. The discussion arises from historical research entitled “Hospital Galba Velloso and the vicissitudes of history of psychiatric reform in the 60’s in Minas.” The methodology used in this research drew on oral sources and on the study of the hospital case sheets, setting an effort in the field of social psychology and history of psychology in order to contribute to the theme identified as the Brazilian Psychiatric Reform. Finally, it has been established the limitation of a traditional concept of asylum as a space or “locus” of therapeutic work. The hospital, on the other hand, has been indicated as a means of construction promoting a corporate psychiatry.