O artigo pretende debater a sempre polêmica questão que gira em torno do marxismo, no que concerne à formação polÃtica da consciência de classe. Será tal consciência fruto da posição que a classe trabalhadora possui dentro do quadro estrutural, de uma dada sociedade, em determinado modo de produção e tempo histórico; ou antes, a consciência de classe somente pode ser pensada, quando construÃda teoricamente e advinda “de fora†da classe operária, por uma vanguarda partidária portadora da teoria? No limite, a primeira posição foi, por muitas vezes, denominada “espontaneÃsta†em contraposição à segunda, por vezes identificada enquanto “vanguardistaâ€. Para avançar do ponto de vista teórico e histórico nessa discussão, procurando superar a forma dicotômica de abordagem do tema, estabelecemos um diálogo com algumas das leituras feitas por Rosa Luxemburgo (1871-1919) e George Lukács (1885-1970), duas grandes referências teórico-polÃticas acerca da discussão proposta.
This paper intends to debate the usual polemic issue around Marxism, related to the political formation of class consciousness. Would such consciousness be the result of the working class position in the structural frame of a given society in a determined mode of production and historical moment, or beforehand, the class consciousness (a consciousness which, embracing the whole production relations, might lead to an effective change on the social relations) might be only thought, when theoretically built and coming from “outside†the working class, by a vanguard party bearer of the theory? On the edge, the first position was, several times, nominated “spontaneistâ€, versus the second one, seldom identified as “avant-gardeâ€. To move forward from the theoretical and historical point of view on this discussion, looking to overcome the dichotomous method of approaching the theme, we established a dialogue with some lectures given by Rosa Luxemburg (1871-1919) and Georg Lukács (1885-1970), two great theoretical-political references on the proposed discussion.