O crescimento do uso de drogas ilícitas entre as mulheres em idade fértil é preocupante. O uso de drogas durante a gestação é causa de morbidades que podem se apresentar no feto, no neonato ou em qualquer etapa do desenvolvimento infantil. Esta revisão reuniu informações sobre prevalência, métodos de rastreio e consequências clínicas da exposição fetal à cocaína, metanfetamina, maconha e opioides. As taxas de exposição podem variar de 2 a 40% entre os estudos. Nos métodos de rastreio, a análise de cabelo materno se mostrou a mais sensível, a análise de mecônio é de mais fácil execução e os questionários aplicados às mães têm baixa sensibilidade. Várias consequências para a gestação e para a criança são relacionadas à exposição a drogas. Entre elas encontramos maior incidência de perdas gestacionais, prematuridade, baixo peso ao nascer, Apgar < 7 no quinto minuto, internações em UTI e óbito neonatal. Síndrome de abstinência neonatal, anomalias congênitas, déficit de atenção, problemas de comportamento, prejuízos no desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem são os acometimentos mais encontrados na infância. Concluímos serem necessárias políticas de prevenção, identificação das crianças expostas e seu acompanhamento durante toda a infância.