A CONSTRUÇÃO, O ÁPICE E A DECADÊNCIA DE UMA COALIZÃO DE DEFESA DA SAÚDE

Pensar Acadêmico

Endereço:
Avenida Getúlio Vargas - Coqueiro
Manhuaçu / MG
36900-350
Site: https://unifacig.edu.br/servicos/publicacoes/
Telefone: (33) 3339-5500
ISSN: 18086136
Editor Chefe: Arthur Zanuti Franklin
Início Publicação: 30/06/2011
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Agrárias, Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Ciências Exatas, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Engenharias, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

A CONSTRUÇÃO, O ÁPICE E A DECADÊNCIA DE UMA COALIZÃO DE DEFESA DA SAÚDE

Ano: 2022 | Volume: 20 | Número: 2
Autores: SYLVIO AUGUSTO DE MATTOS CRUZ
Autor Correspondente: SYLVIO AUGUSTO DE MATTOS CRUZ | sylvio.cruz@ifrj.edu.br

Palavras-chave: Aprendizado; Coalizões de Defesa; Crenças; Movimento Sanitário; Políticas de Saúde.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo tem por objetivo compreender como o Movimento Sanitário viabilizou a criação de uma coalizão de defesa para a universalização do acesso à saúde pública. Com este intuito, propomo-nos a analisar as articulações por ele realizadas no compartilhamento de crenças e na realização de um processo de aprendizado contínuo com diferentes atores, em torno da questão da saúde. O processo de aprendizagem política viabilizou a ampliação do número de conexões com variados atores em um processo de intensa negociação de recursos. Ao longo dessas negociações, o Movimento Sanitário foi elaborando alternativas para a formulação de uma nova política pública de saúde. Mesmo diante da permanência do regime autoritário e das características perversas que constituíam o sistema de saúde; o Movimento Sanitário se articulou e possibilitou a abertura de uma janela de oportunidade para a criação de um sistema de acesso universal à saúde. Somente a partir da Constituição de 1988 é que a saúde foi reconhecida como um direito social, ficando a cargo do Estado assegurar o amplo acesso a todos os brasileiros. Até então o Sistema Nacional de Saúde se caracterizava por ser insuficiente no atendimento da população, mal distribuído, com atuação descoordenada, ineficiente quanto à utilização dos recursos, autoritário, fortemente centralizado, corrupto e injusto. Tal alcance se configurou numa das maiores conquistas do Movimento Sanitário. Assim, tal arcabouço teórico vai nos possibilitar a compreensão da capacidade que o Movimento Sanitário teve na construção de uma coalizão de atores que compartilhavam um sistema de crenças sobre a necessidade de democratizar o acesso à saúde.



Resumo Inglês:

This article aims to understand how the Health Movement made possible the creation of a defence coalition for the universalization of access to public health. To this end, we propose to analyze the articulations that he performs in the sharing of beliefs and in the realization of a continuous learning process with different actors, around the issue of health. The political learning process made it possible to expand the number of connections with various actors in a process of intense resource negotiation. Throughout these negotiations, the Health Movement has been developing alternatives for the formulation of a new public health policy. Even in the face of the permanence of the authoritarian regime and the perverse characteristics that constituted the health system; the Health Movement articulated itself and made possible the opening of a window of opportunity for the creation of a system of universal access to health. Only after the 1988 Constitution was health recognized as a social right, being in charge of the State ensuring wide access to all Brazilians. Until then the National Health System was characterized by being insufficient in the care of the population, poorly distributed, uncoordinated, inefficient in the use of resources, authoritarian, heavily centralized, corrupt and unfair. This scope was one of the greatest achievements of the Health Movement. Thus, such a theoretical framework will enable us to understand the capacity that the Health Movement had in building a coalition of actors who shared a belief system about the need to democratize access to health care.