Este estudo analisa as contribuições da filosofia da ciência e da epistemologia interregional
para a produção do conhecimento cientÃfico no campo da administração e estudos
organizacionais. Partiu-se do pressuposto que a visão axiológica, ontológica e epistemológica
do pesquisador resultam em diferentes paradigmas de pesquisa, os quais são as bases de uma
“verdade não absolutaâ€, pois a ciência admite a possibilidade de erro e a necessidade de
perpétua disposição de rever as ideias. Desse modo, não existem teorias capazes de explicar
todos os fenômenos administrativos e organizacionais. O estudo enfatiza que a própria gênese
da epistemologia organizacional é de natureza interdisciplinar e inter-regional, exatamente
pela inexistência de teorias e metodologias próprias do campo, que pudessem explicar a
complexidade dos fenômenos organizacionais. Dessa forma, tanto a epistemologia
organizacional quanto a ciência organizacional emergiram e se encontram num processo de
consolidação num contexto de hibridação e interdisciplinaridade, congregando
simultaneamente vários outros campos de conhecimento e múltiplas abordagens. Disso
decorre que as teorias concernentes aos estudos administrativos e organizacionais são falÃveis
e permanecem sujeitas a um aperfeiçoamento constante ou substituição. A realidade está
sempre em mudança e não se pode congelá-la num modelo único. Assim, no campo dos
estudos de administração e organizações, deve-se aceitar a idéia da necessidade de constante
transformação, aperfeiçoamento e ampliação do conhecimento.
This work investigates the contributions of philosophy and epistemology interregional
to the contribution of scientific knowledge in the field of administration and
organizational studies. It was started from the pre-supposed that the axiological, ontological
and epistemological view of the researcher result into different research paradigms, which are
the bases of a “non-absolute truthâ€, for science admits the possibility of mistake and the need
for perpetual disposition to review the ideas. Thus, there no theories capable of explain all the
administrative and organizational phenomena. The study stresses that the genesis itself of
organizational epistemology is of interdisciplinary and inter-regional nature, exactly by the
inexistence of theories and methodology proper to the field, which were capable to explain the
complexity of the organizational phenomena. In that way, both the organizational
epistemology and the organizational science emerged and are in a consolidation process in acontext of hybridization and interdisciplinarity, joining simultaneously together several other
fields of knowledge and multiple approaches. From that results that theories concerning the
administrative and organizational studies are fallible and remain subject to either
improvement or replacement. Reality is always changing and one cannot freeze it into a single
model. So, in the field of the studies of administration and organization, one should accept the
need for ongoing transformation, bettering and broadening of knowledge.