Este artigo pretende evocar uma reflexão sobre a dramaturgia corporal nos teatros negros a partir do entendimento da forma de ser e estar no mundo a qual as negras e negros em diáspora foram submetidos após a travessia de Kalunga, sob o pensamento de Stuart Hall (2006). O presente texto se debruça sobre a sobrevivência mnemônica da cosmovisão africana em diáspora, através da corporificação de seus saberes e como esses se transpuseram nas manifestações artísticas da população negra a partir das contribuiçõesconceituais oferecidas pela poeta, ensaísta, dramaturga e pesquisadora brasileira Leda Maria Martins (1995; 1997; 2003; 2021). Dessa forma, é questionado o corpo negro como possibilidade de construção dramatúrgica e cênica, por enunciar seu lugar de conhecimento e pertencimento, assim, o foco é analisar a cena curta “O peso nas costas de minha mãe”, da Coletiva Preta de Teatro, apresentada na 4° edição online do festival Solo Negro(2021) em Belo Horizonte, Minas Gerais.
This article intends to evoke a reflection on body dramaturgy in black theaters. From the understanding of the way of being and being in the world to which black women and men in the diasporawere submitted after crossing Kalunga, under the thought of Stuart Hall, the present text focuses on the mnemonic survival of the African cosmovision in the diaspora through of the embodiment of their knowledge and how these were transposed into the artistic manifestations of this population from the conceptual contributions offered by the Brazilian poet, essayist, playwright, and researcher Leda Maria Martins. In this way, the black body is questioned as a possibility of dramaturgical and scenic construction, as it enunciates its place of knowledge and belonging when analyzing the short scene “O peso nas costasde minha mãe”, by Coletiva Preta de Teatro, presented at the 4th° online edition of the “Solo Negro” festival in Belo Horizonte, Minas Gerais.