Correlações do teste de caminhada de 6 minutos com função pulmonar, força de preensão palmar, estado nutricional e CFQ-R na fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Correlações do teste de caminhada de 6 minutos com função pulmonar, força de preensão palmar, estado nutricional e CFQ-R na fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Vera Lucia Barros Abelenda, Mônica Rodrigues da Cruz, Mônica de Cassia Firmida, Mônica Muller Taulois, Cláudia Henrique da Costa, Agnaldo José Lopes
Autor Correspondente: Vera Lucia Barros Abelenda | rbm@ambr.org.br

Palavras-chave: fibrose cística, teste de caminhada de 6 minutos, vef1, imc

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A fibrose cística (FC) teve avanços terapêuticos nas últimas décadas, porém o estado nutricional e as exacerbações continuam limitando a capacidade funcional (CF), piorando a sua morbimortalidade.

OBJETIVO: O objetivo desse estudo foi analisar a relação entre testes funcionais, estado nutricional e Cystic Fibrosis Questionaire (CFQ-R).

METODOLOGIA: Estudo transversal realizado num serviço de referência em FC entre maio de 2019 e maio de 2021. Os pacientes foram avaliados durante as consultas de rotina no Ambulatório do Serviço de Pneumologia de uma Policlínica Universitária. Foram incluídos pacientes com idade >18 anos e diagnosticados com FC sem exacerbação. As variáveis avaliadas foram: índice de massa corporal (IMC), pressão inspiratória máxima (Pimax), pressão expiratória máxima (PEmax) força de preensão manual (FPM), teste de caminhada de 6 minutos (TC6'), volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1) na espirometria e a autoavaliação através do CFQ-R. Foi realizada análise descritiva, correlações de Sperman e considerado p<0,05 como significância.

RESULTADOS: A amostra incluiu 34 pacientes com FC, sendo 23 do sexo masculino e 11 do feminino. Na manovacuometria, obtivemos a média da Pimax de 95,15 ± 32,65 cmH2O e a mediana da PEmax de 87,50 [70,00-100,00]. A FPM do membro superior dominante foi de 36,15 kgf.O IMC foi de 19,78 [17,66-22,48] kg/ m2. A distância média percorrida no TC6' (DTC6') foi de 530,79 ± 92,52 m. A DTC6' média prevista no TC6' foi de 82,51 ± 14,56 %. Os resultados da média do VEF1 foi de 2,06 ± 1,08 L, correspondendo à 53,69 ± 22,57 % do previsto. O score do teste de qualidade de vida relacionado a saúde (QVRS), o CFQ-R no domínio físico resultou na mediana de 70,00 [51,00-87,00] e a média do domínio respiratório foi de 63,78 ± 21,00. A FPM do membro superior dominante apresentou uma correlação positiva com a PImax (r=0,419; p<0,01). O IMC apresentou uma correlação positiva com a PEmax (r=0,436; p<0,05). O VEF1 apresentou uma correlação positiva com o IMC (r=0,505; p<0,01). Os resultados obtidos refletem que o IMC foi a variável que mais se correlacionou com as demais variáveis, apresentando correlações com VEF1 (r=0,505; p<0,01), DTC6' (r=0,435; p< 0,01) e PEmax (r=0,436; p<0,05).

CONCLUSÃO: Em nosso estudo, apesar da amostra ser composta de pacientes jovens em sua maioria, estes já apresentam alguns indicadores de gravidade (VEF1, PImax, IMC e DTC6') que sugerem o alerta para a necessidade da manutenção de avaliações periódicas que tracem o perfil dos pacientes de FC, com o objetivo de planejar junto a equipe multiprofissional, estratégias para minimizar os efeitos deletérios da queda da capacidade funcional e da QVRS.