A crítica de Juan Luis Vives ao Ius Civile enquanto Mos Italicus fundamentos para a constituição da filosofia moral, da metodologia jurídica e da teoria do direito no renascimento

Revista Opinião Jurídica

Endereço:
Avenida Dom Luís, 911. Campus Dom Luís.
Fortaleza / CE
60160196
Site: https://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica
Telefone: (85) 3457-5396
ISSN: 2447-6641
Editor Chefe: Fayga Bedê
Início Publicação: 30/04/2003
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Direito

A crítica de Juan Luis Vives ao Ius Civile enquanto Mos Italicus fundamentos para a constituição da filosofia moral, da metodologia jurídica e da teoria do direito no renascimento

Ano: 2025 | Volume: 23 | Número: 43
Autores: Jeferson da Costa Valadares
Autor Correspondente: Jeferson da Costa Valadares | jeffersonvalladares@gmail.com

Palavras-chave: direito civil, humanismo, filosofia moral e jurídica, teoria do direito, metodologia jurídica.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Contextualização: No De Disciplinis (1531), o filósofo e jurista humanista espanhol Juan Luis Vives (1492-1540) empreende, de um lado, uma revisão crítica das causas da corrupção dos saberes herdados da Antiguidade e da Idade Média e, por outro lado, apresenta sua visão reestruturada para a transmissão de tais saberes. Desse modo, a ciência jurídica, como conhecimento prático, ocupará uma parte significativa na reflexão de Vives, não apenas no De Disciplinis, mastambémno conjunto de seus escritos,cabendo, portanto, apenas ressaltar o tema no contexto da mencionada obra. Para isso, reconstruirei alguns de seus argumentos os quais mostramsua visão crítica do Ius Civile enquanto mos italicus, configurando a decadência do Direito por faltar a esse o essencial exigido como critério estabelecido pelo humanismo jurídico. Objetivos:Este artigo tem como objetivo reconstruir e apresentaro status do Ius Civileromano (direito civil) no contexto do De causis corruptarum artium liberVII do De Disciplinis(1531) de Juan Luis Vives (1492-1540). Para isso, reconstruirei alguns de seus argumentos os quais mostramsua visão crítica do Ius Civile enquanto mos italicus, configurando a decadência do Direito por faltar a esse o essencial exigido como critério estabelecido pelo humanismo jurídico. Metodologia: O método empregado nesta pesquisa é o dedutivo. Busqueireunir um corpusestruturado para,em seguida, analisá-lo criticamente à luz da literatura secundária. Revisão bibliográfica e hermenêutica histórico-contextual. Resultados: Após análise do corpusem questão, do confronto com a literatura secundária e o levantamento de material novo, resulta que o humanismo jurídico implícito na filosofia de Juan Luis Vives é parte de um projeto de renovação do direito, da metodologia jurídica e da constituição teórica da teoria do direito no século 16. Conclusões: Este artigo contribui particularmentepara o desenvolvimento das pesquisas no âmbito da teoria do direito e da metodologia jurídica, tendo como busca remota das questões no Humanismo. Contribui, ainda, na inserção merecida de autores marginalizados pela historiografia teórico-jurídica. Além disso, contribui para uma retomada de uma matriz jurídica ibérica, da qual o Brasil é deveras devedor, na sua origem e, da qual, não se prescinde uma análise crítica e contextual que jogue luz às questões jurídico-teóricas hodiernas.



Resumo Inglês:

Background:In De Disciplinis(1531), the Spanish humanist philosopher and jurist Juan Luis Vives (1492-1540) undertakes, on the one hand, a critical review of the causes of the corruption of knowledge inherited from Antiquity and the Middle Ages, and, on the other hand, presents his restructured vision for the transmission of such knowledge. In this way, legal science, as practical knowledge, will occupy asignificant part of Vives' reflection, not only in De Disciplinis, but in all his writings. It is therefore only necessary to highlight the theme in the context of this work. To do this, I will reconstruct some of his arguments in which he shows his critical view of the Ius Civileas mos italicus, configuring the decadence of law because it lacks the essentials required as criteria established by legal humanism. Objectives:This article aims to reconstruct and present the status of Roman Ius Civile(civil law) in the context of De causis corruptarum artium liber VII of De Disciplinis(1531) by Juan Luis Vives (1492-1540). To do this, I will reconstruct some of his arguments in which he shows his critical view of the Ius Civileas mos italicus, configuringthe decadence of law because it lacks the essentials required as criteria established by legal humanism. Method:The method used in this research is deductive. We sought to gather a structured corpusand then critically analyze it in the light of secondary literature. Bibliographical review and historical-contextual hermeneutics.Results:After analyzing the corpusin question, comparing it with secondary literature and surveying new material, it emerges that the legal humanism implicit in Juan Luis Vives' philosophy is part of a project to renew law, legal methodology and the theoretical constitution of legal theory in the 16th century. Conclusions:This article contributes in particular to the development of research in the field of legal theory and legal methodology, with a remote search for questions in Humanism. It also contributes to the deserved inclusion of authors marginalized by legal-theoretical historiography. In addition, it contributes to a return to an Iberian legal matrix, of which Brazil is deeply indebted in its origins, and from which a critical and contextual analysis that sheds light on today's legal-theoretical issues cannot be dispensed with.



Resumo Espanhol:

Antecedentes: En De Disciplinis(1531), el filósofo y jurista humanista español Juan Luis Vives (1492-1540) emprende, por un lado, una revisión crítica de las causas de la corrupción del saber heredado de la Antigüedad y la Edad Media y, por otro, presenta su visión reestructurada de la transmisión de dicho saber. De este modo, la ciencia jurídica, como saber práctico, ocupará una parte significativa del pensamiento de Vives, no sólo en De Disciplinis, sino en todos sus escritos. Por lo tanto,sólo es necesario hacer hincapié en el tema en el contexto de esta obra. Para ello, reconstruiré algunos de sus argumentos en los que muestra su visión crítica del Ius Civilecomo mos italicus, configurando la decadencia del derecho por carecer de lo esencial exigido como criterio establecido por el humanismo jurídico. Objetivos:Este artículo pretende reconstruir y presentar el estado del Ius Civileromano en el contexto del De causis corruptarum artium liberVII del De Disciplinis(1531) de Juan Luis Vives (1492-1540). Para ello, reconstruiré algunos de sus argumentos en los quemuestra su visión crítica del Ius Civilecomo mos italicus, configurando la decadencia del derecho por carecer de lo esencial exigido como criterio establecido por el humanismo jurídico. Metodología:El método utilizado en esta investigación es deductivo. Se trata de reunir un corpusestructurado y analizarlo críticamente a la luz de la literatura secundaria. Revisión bibliográfica y hermenéutica histórico-contextual. Resultados:Tras el análisis del corpusen cuestión, su comparación con la literatura secundaria y el relevamiento de nuevos materiales, surge que el humanismo jurídico implícito en la filosofía de Juan Luis Vives forma parte de un proyecto de renovación del derecho, de la metodología jurídica y de la constitución teórica de la teoría del derecho en el siglo XVI. Conclusiones:Este artículo contribuye especialmente al desarrollo de la investigación en el campo de la teoría jurídica y de la metodología jurídica, con una búsqueda remota de temas en el Humanismo. También contribuye a la merecida inclusión de autores que han sido marginados por la historiografía teórico-jurídica. Además, contribuye al retorno a una matriz jurídica ibérica, de la cual Brasil es muy deudor en sus orígenes, y de la cual no se puede prescindir de un análisis crítico y contextual que arroje luz sobre las cuestiones jurídico-teóricas de hoy.