O presente texto tem como objetivo reconstituir a cronologia dos “Ataques de 2006†a partir da sua divisão em quatro
partes, correspondentes aos momentos em que eles ocorrem, e, em seguida, propor algumas reflexões sobre as mudanças
sociais e polÃticas registradas nas prisões paulistas ao final deste perÃodo. O argumento central é que o evento
que ficou nacionalmente conhecido como “Ataques do Primeiro Comando da Capital – PCC†não implicou ganhos para
a organização e trouxe importantes prejuÃzos polÃticos para o governo estadual. Dessa forma, apontamos estratégias
complexas através das quais as relações de poder nas prisões paulistas foram reconfiguradas de forma a possibilitar a
construção de acomodações envolvendo o PCC e a administração prisional. Tais acomodações, por sua vez, produziram
um equilÃbrio que, embora precário e instável, tem até aqui sido eficiente para manter a “ordem nas prisõesâ€. A forma
como se estabeleceram as relações entre o PCC e a administração prisional adquiriram um caráter simbiótico por meio do
qual ocorre o fortalecimento mútuo do PCC e da polÃtica de encarceramento em massa adotada pelo governo do Estado,
gerando um cÃrculo vicioso de mútua dependência.