O trabalho realizado por migrantes bolivianos e seus filhos na Argentina envolve a sobreposição de espaços de domésticos e de trabalho para o mercado. Isto significa que as crianças são cuidadas por suas mães nos lugares nos quais estas realizam trabalho remunerado e, em alguns casos, também devem cuidar de outras crianças. Neste artigo, analisamos essas experiências de cuidado e, através de entrevistas, reconstruímos como eles se lembram desse cuidado e das emoções associadas a ele. Como será visto, as experiências emocionais são diferentes em relação ao espaço — rural ou urbano — em que os cuidados tiveram lugar. Embora as experiências dos jovens da cidade, assim como daqueles que cresceram na área rural, evidenciem sentimentos de orgulho pelo trabalho de seus pais, isto implica em tensões porque o contato com as instituições estatais produziu emoções diferentes nos lugares específicos.
The work carried out by Bolivian migrants and their children in Argentina involves the overlapping of domestic and market work spaces. This means that children are cared for by their mothers in the places where they carry out paid work and, in some cases, they must also care for other children. In this article we analyze those experiences of care and, through interviews, reconstruct how they remember that care and the emotions associated with it. As will be seen, the emotional experiences are different in relation to the space — rural or urban — in which the care took place. Although the experiences of young people in the city, as well as those who grew up in the farms, highlight feelings of pride in their parents’ work, this implies tensions because the contact with state institutions produced different emotions in the specific places.
Los trabajos que realizan los migrantes bolivianos y sus hijos en Argentina implican la superposición de los espacios domésticos y de trabajo para el mercado. Esto supone que niños y niñas son cuidados por sus madres en los lugares donde realizan el trabajo remunerado y, en algunos casos, ellos también deben cuidar a otros niños. En este artículo analizamos esas experiencias de cuidado y, a través de entrevistas, reconstruimos cómo recuerdan ese cuidado y las emociones asociadas a él. Como se verá, las experiencias emocionales son diferentes en
relación al espacio — quintas hortícolas o zona urbana — en el que aconteció ese cuidado. Aunque en las experiencias de los jóvenes de la ciudad como en las de quienes crecieron en las quintas se destacan sentimientos de orgullo respecto del trabajo de sus padres, eso implica tensiones porque el contacto con las instituciones estatales produjo distintas emociones en los lugares específicos.