Este artigo é uma síntese da minha dissertação de mestrado intitulada Culturas juvenis nos livros didáticos: estudo da representação da juventude numa coleção de português do ensino médio, que trata de uma análise documental qualitativa em uma coleção de livros didáticos de Língua Portuguesa utilizada pelas escolas públicas de ensino médio brasileiras. Como ponto de partida buscou-se ampliar o olhar sobre o fenômeno da juventude, ancorando-se em autores como Juarez Dayrell, Paulo Carrano, Luiz Carlos Gil Esteves, M. Abramovay. A coleção analisada por esse estudo, foi a coleção Linguagens do PNLD (Programa Nacional do Livro didático) de 2015. Na etapa de análise dos livros didáticos, procurou-se identificar elementos gráficos e textuais que dialogam com as culturas juvenis. Nessa perspectiva a pesquisa ancora-se nas contribuições de estudiosos como Mikhail Bakhtin, que enfatiza o papel da linguagem como fenômeno social e histórico e não apenas uma estrutura abstrata ou fenômeno meramente subjetivo. Com essa pesquisa foi possível identificar que que sempre que o tema da juventude é revisitado, ampliam-se novas reflexões que sugerem outras perspectivas de análises e ações a serem realizadas. Pensando a linguagem na visão de Bakhtin, como uma experiência viva, que se altera a partir de relações dialéticas, percebeu-se a relevância dos elementos verbais e verbo-visuais inseridos dentro dos materiais didáticos bem como a construção dialética dos mesmos com o jovem aluno.