Este artigo examina a construção social das favelas como o território da violência na cidade do Rio de Janeiro em dois
contextos, enfocando, sobretudo, as polÃticas de segurança pública praticadas nessas localidades. O primeiro, dos anos 1990
até quase o final da década de 2000, caracteriza-se pela promoção, por parte do Estado, de uma “guerra†aos traficantes
de drogas ali sediados. O segundo abre-se em 2008, com a implantação de Unidades de PolÃcia Pacificadora – UPPs em
favelas com o objetivo de retomar o controle armado desses territórios e “civilizar†seus moradores como condição para
a integração desses territórios à cidade. O artigo discute os dispositivos que promovem e sustentam, em cada contexto
considerado, a vinculação das favelas à violência e à marginalidade, justificando formas especÃficas de gestão estatal desses
territórios e de suas populações, bem como delimitando as possibilidades de acesso de seus moradores aos equipamentos
urbanos e serviços públicos (inclusive à segurança).