Os eventos de 11 de setembro de 2001, seguidos pelos ataques com antraz
nos Estados Unidos, e pela epidemia da COVID-19, evidenciaram a
vulnerabilidade da sociedade a organismos naturalmente gerados
ou liberados com intenção de causar danos e até morte. O uso de
tecnologias “duais” nos estudos de biologia sintética também alertou
para a questão da manipulação genética e da possibilidade de seu
uso para criação de armas biológicas. Ademais, o mundo globalizado
favorece disseminação não intencional de patógenos naturais com
graves prejuízos para a vida animal, vegetal e humana. Neste contexto,
criaram-se terminologias que, por serem oriundas, basicamente, dos
Estados Unidos, enfrentam, principalmente, barreiras linguísticas
ao serem traduzidas para diversos idiomas mundo afora. Nesse
artigo, objetiva-se apresentar as definições dos principais conceitos
relacionados ao tema: biossegurança (“biosafety”), bioproteção
(“biosecurity”) e biodefesa (“biodefense”). Este trabalho inova ao
apresentar um panorama da evolução cronológica desses termos, feito
por extensa revisão bibliográfica e análise bibliométrica, no recorte
temporal da década de 1990 até 2020. Espera-se que a correta definição
desses termos auxilie na formulação de uma Estratégia Nacional mais
robusta, visto que a área de Biossegurança e Bioproteção foi elencada
como uma das seis áreas prioritárias de infraestruturas críticas brasileiras.