Este ensaio busca, através da matriz foucaultina, discutir
a problemática da passagem do poder soberano para o
biopoder ocorrido entre os séculos XVIII e XIX. Fundado
sobre o princÃpio do domÃnio e da submissão, o poder
soberano, tinha por objetivo primeiro, a administração da
territorialidade, o controle sobre a guerra, o poder de vida
e morte sobre os seus súditos. Ao contrário do que ocorria
na sociedade de soberania, as biopolÃticas, que investem
sobre a vida, visando seu prolongamento, intensificando
suas forças e resignificando suas práticas, no intuito de
utilizar os indivÃduos conforme as pretensões do Estado.
Este imbricamento entre o poder soberano e os biopoderes,
colocou definitivamente o indivÃduo-espécie na dinâmica
do poder, a fim de prolongar e acentuar a existência humana
de forma calculada; gerindo de forma racional os indivÃduos
e seus fenômenos próprios.