A obra de Dalton Trevisan (1925) vem sendo elaborada nas últimas décadas com uma tendência cada vez mais perceptível à concisão extrema. Cronologicamente, é um fato observado a partir da publicação dos livros Ah, é? e Dinorá, ambos de 1994. Este artigo visa apresentar e discutir os procedimentos adotados pelo escritor brasileiro para construir uma minificção paradigmática no cenário contemporâneo da literatura brasileira. São procedimentos como a reescritura subtrativa, o trabalho com as técnicas do mostrar/dizer, o ensaísmo minificcional e a repetição. O referencial teórico-crítico baseia-se em apreciações panorâmicas sobre o conto brasileiro da contemporaneidade (como as de Fábio Lucas e Alfredo Bosi); em análises pontuais sobre a obra de Trevisan (como as de Berta Waldman); em pesquisadores que se preocuparam com os recursos aqui salientados (como David Lodge, Roman Ingarden e Wolfgang Iser). Espera-se, ao final, ter sido demonstrado por que Dalton Trevisan pode ser chamado de minificcionista por excelência.