Demandas do presente: “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar

Anuário De Literatura

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Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
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ISSN: 21757917
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

Demandas do presente: “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar

Ano: 2013 | Volume: 18 | Número: 2
Autores: Sandro Adriano da Silva
Autor Correspondente: Anuário de Literatura | anuariodeliteratura.cce@gmail.com

Palavras-chave: poesia, subjetividade, ferreira gullar

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar, pode ser tomado como exercício lírico-existencial, cuja elaboração estética articula metáforas sintomáticas de uma subjetividade cindida. A economia estética do poema ensaia uma arquitetura do desejo em “traduzir-se”, que manifesta a perplexidade do sujeito lírico diante do descentramento dessa experiência de “vertigem” e põe em suspeição sua tradução possível como arte. Neste artigo, apostamos em uma interpretação que considera rentável uma aproximação entre literatura e alguns pressupostos da psicanálise e da teoria e crítica de poesia, a fim de lançar um horizonte de compreensão sobre a emblemática poesia de Ferreira Gullar. O poema alude a uma autorreferencialidade do eu lírico e de suas marcas narcísicas, delineia um horizonte de ordem intersubjetiva, no qual se vislumbra um potencial alteritário do sujeito lírico, a emergência de uma subjetividade que se prenuncia híbrida, conflituosa: o eu poemático é gestado e ganha contornos existenciais num drama de linguagem. Uma “tradução” sempre contemporânea.