O artigo apresenta elementos de uma pesquisa sobre as incidências da depressão em crianças, elegendo como eixos de investigação os conceitos psicanalíticos de sintoma e inibição. A pergunta que orienta o trabalho é: há uma relação entre a posição depressiva e a inibição proveniente do período de latência? Se há, em que termos essa relação pode ser pensada e quais as consequências para a direção do tratamento? A partir de uma pesquisa bibliográfica ancorada no referencial psicanalítico, trabalharemos fundamentalmente a partir das formulações de Freud e Lacan, seguindo, no que tange especificamente à depressão, as elaborações de Mauro Mendes Dias, Irene Kuperwajs, Maria Rita Kehl e Astréa da Gama e Silva. Os resultados apontam que os conceitos de sintoma e inibição ampliam o saber acerca da posição depressiva, permitindo reflexões sobre o manejo e a direção do tratamento em tais casos. À guisa de conclusão, evidencia-se a relevância da distinção entre sintoma, inibição e angústia, na medida em que inibição e angústia dizem respeito ao processo de constituição psíquica, podendo ser tomados como testemunhos de uma mudança de posição subjetiva.
The aim of this study is centered on the discussion of possible incidences of childhood depression, and is based on a counterpoint between the psychoanalytic concepts of symptom and inhibition. The question that guides this work is: There is a relationship between the depressive position and inhibition from the latency period? If so, on what terms this relationship can be thought and what are the consequences for the direction of the treatment? With respect to methodology, it is a qualitative study, anchored in psychoanalysis, where we take the theoretical propositions of Freud and Lacan, and also authors who talked about depression, like Mauro Mendes Dias, Irene Kuperwajs, Maria Rita Kehl e Astréa da Gama e Silva, among others. The results show that the concepts of symptom, inhibition and anguish expand knowledge about depressive disorder in children, allowing reflections on the management and direction of analytic treatment in such cases. As a conclusion, we highlight the relevance of the distinction between symptom, inhibition and anguish, in that inhibition and anguish concern the psychic constitution process, may be taken as evidence of a change in subject position.