Este ensaio teórico tem como objetivo (re)pensar a formação de professores de ciências à luz de marcos epistemológicos alinhados com a descolonização do pensamento, como forma de pleitear um modelo outro de ciência. Para isto, realizamos um diálogo entre as contribuições teóricas de Silvia Cusicanqui e Paulo Freire, a partir de duas de suas obras, a Sociologia de la Imagen (2015) e a Educação como prática da liberdade (1967). Reconhecendo que esses autores discutem perspectivas epistêmicas engajadas com a práxis e com a realidade de seus países, consideramos que a interlocução entre ambos possa se configurar como uma perspectiva conceitual capaz de contemplar a Educação das Relações Étnico-Raciais tanto na pesquisa quanto na prática docente no ensino de ciências. Desse modo, defendemos a composição de um referencial teórico que esteja comprometido com a justiça social, sobretudo na educação científica, considerando os desafios e as potencialidades presentes no contexto étnico-racial brasileiro e latino-americano.
This theoretical essay aims to (re)think the science teacher education in the light of epistemological frameworks aligned with the decolonization of thought, as a way of thinking about a different model of science. For this, we conducted a dialogue betweenthe theoretical contributions of Silvia Cusicanqui and Paulo Freire, based on two oftheir works, Sociologia de la Imagen(2015) and Educação como prática da liberdade(1967). Recognizing that these authors discuss epistemic perspectives engaged with the praxis and reality of their countries, we consider that the dialogue between both canbe configured as a conceptual perspective capable of contemplating the Education of Ethnic-Racial Relations both in research and in teaching practice in teaching of sciences. Thus, we defend the composition of a theoretical framework that is committed to social justice, especially in science education, considering the challenges and potential present in the Brazilian and Latin American ethnic-racial context.