Este artigo discute experiências de trabalhadoras coletoras de materiais recicláveis, no município de Diamantina, Minas Gerais. Com dados colhidos durante uma pesquisa de campo que buscou reconstruir histórias de vida de duas trabalhadoras, discute-se a produção da desigualdade social a partir da forma como cada uma percebe e dá sentido à sua experiência. Deste modo, além do debate teórico sobre a dimensão simbólica da desigualdade, como parte da dinâmica do sistema capitalista, o artigo também aborda os processos de construção de subjetividades, como forma de propor questões sobre as possibilidades de agenciamento de sujeitos marginalizados. Como resultado, espera-se contribuir para um aprofundamento dos estudos voltados para os discursos contra-hegemônicos e sua lógica intrinsecamente excludente.
This paper discusses the construction of experiences of women who work at recyclable materials collecting, in the town of Diamantina, Minas Gerais. With data collected during a field research that sought to reconstruct the life histories of two female workers, we discuss the production of social inequality from the way each one perceives and gives meaning to their experience. Therefore, beyond the theoretical discussion about the symbolical dimension of inequality, as a dynamical part of the capitalist system, the article approaches the processes of subjectivities elaborations as a way to propose reflections about the possibilities of agency of marginalized individuals. As results, it is expected to contribute to increase the studies focused on counter-hegemonic discourses and its intrinsically exclusionary logic.