Nas regiões semiáridas, com destaque para o nordeste brasileiro, a agropecuária praticada nos assentamentos rurais é de base familiar. Supõe-se que a adoção de práticas convencionais de uso da terra favoreça a degradação dos solos. Neste estudo objetivou-se diagnosticar as práticas de uso da terra empregadas pelos agricultores, identificando as vulnerabilidades e a viabilidade de adoção de práticas conservacionistas ainda não utilizadas. Foi aplicado questionário com 20 perguntas sobre a caracterização e as formas de uso do solo no assentamento. O questionário foi aplicado à 19 famílias, representando uma amostra de 16% do universo de 120 famílias. Os agricultores reconheceram o predomínio de solos argilosos situados em relevo plano e levemente ondulado, além da presença de solos pedregosos. Foi relatado predomínio do plantio consorciado de milho e feijão, com uso dos restos culturais para a alimentação animal. Mais de 50% das famílias informaram fazer gradagem para preparo do solo, além da realização do plantio morro abaixo. Também foi relatado o uso do fogo para preparo das áreas e a não utilização de agroquímicos. A maior parte das famílias informaram que a assistência técnica proporcionada por entidades governamentais é a mais procurada, destacando a importância de que essas entidades orientem os agricultores quanto aos aspectos de manejo e conservação do solo ainda não utilizados. Os agricultores necessitam ser orientados para aprimorar práticas conservacionistas que já vêm sendo adotadas, tais práticas conservacionistas desenvolvidas no assentamento não devem ser consideradas apenas como interesse local, pois impactam a sociedade de maneira global.