Esta entrevista faz parte de um encontro que começou em 2015 por uma das autoras durante a construção de sua tese1 , convivendo com pessoas que integram a Associação de Usuários(as) dos Serviços de Saúde Mental de Pelotas (AUSSMPE). Entre os cinco anos de pesquisa, laços e afetos foram construídos dentro dos princípios da Luta Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica, resultando em conexões que levaram a algumas revelações, dentre elas, a escuta de vozes. Foi inesperado, pois muitos de nós guardávamos em um suposto segredo o fato de ouvirmos vozes, mas que a partir do encontro com o movimento de ouvidores(as) de vozes, nos permitimos a compartilhar essas experiências. Suposto segredo, pois quem sabia das nossas vozes eram os trabalhadores(as) da Atenção Psicossocial e alguns familiares.